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O que é ser antifrágil?

Foto do escritor: Bárbara BarnabéBárbara Barnabé

Ao longo da nossa vida é inevitável nos depararmos com situações adversas e obstáculos, sejam eles previstos ou não. Quando isso ocorre há várias maneiras de lidar, cada uma delas possui características próprias e há momentos em que uma é favorável a outra.



Entre elas há a resistência, ou seja, o ato de resistir, de não se deixar abater ou de se prejudicar. Na física, resistência é a capacidade dos materiais que mantém suas características originais, não se deformam quando sob tensão ou pressão. Há casos nos quais ter uma boa resistência é excelente, por exemplo em relação ao cansaço ou à doenças. Por outro lado, ela também pode ser negativa, pois é marcada pela rigidez, e um objeto rígido acaba quebrando com uma certa força. Da mesma forma, ao se manter rígido e imutável, você não se abre para novos aprendizados e evoluções, o que pode te estagnar e, eventualmente, até te prejudicar seriamente, ao invés de te proteger.

Há também a resiliência, que é o efeito de transformar, sofrer as pressões externas, mas, no fim, voltar ao seu normal. Na física, é definida como a capacidade que os objetos tem de se adaptarem momentaneamente e de retornarem às suas características originais após o momento de choque ou deformação. O aspecto mais marcante da resiliência é sua flexibilidade, ela é que permite essa adequação, esse ajuste ao ambiente adverso. O bambu é um dos mais comuns exemplos de objeto resiliente, pois ele, em comparação com outras árvores não e tão grande e é fino, parecendo ser frágil, mas na verdade, são essas características que o torna flexível e o possibilita de envergar ao vento e outras intempéries, suportando muitas mudanças, inclusive de estação, sem se partir.

Em resumo, os resilientes são aqueles que, em vez de resistir às mudanças, elas se adaptam à elas e, portanto, são capazes de vencer as dificuldades e os obstáculos, por mais fortes e traumáticos que eles sejam. Inclusive essa é uma das características de uma boa inteligência emocional! A flexibilidade aqui entra no modo da pessoa descobrir novas formas de lidar com a vida e seus desafios e, a partir dessa experiência, se reorganizar de maneira eficaz.

E há, ainda, a antifragilidade, que é o oposto de ser frágil, ou seja, um objeto, ao invés de ser prejudicado pelas situações críticas nas quais é submetido, é aperfeiçoado nessas condições. Fráfil é definido como aquilo que se quebra, se rompe ou se deforma após a atuação de uma força externa. O contrário de frágil não é ser resistente, esse poderia ser chamado de estado neutro, e sim ser antifrágil, sair melhor da situação em comparação a como entrou. O segredo está justamente no fato de que você não somente deve suportar condições inesperadas sem se alterar, mas se aprimorar diante delas.

Optar pelo caminho seguro pode até evitar conflitos e mudanças, mas não é o que te fará desenvolver, pode, inclusive, camuflar suas vulnerabilidades. É muito comum as pessoas tentarem prever problemas para tentar impedi-los, porém é impossível evitar o caos, portanto, deve-se encará-lo de frente, tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Ainda mais no mundo VUCA em que vivemos, é natural encontrarmos obstáculos pelo caminho. Nosso primeiro instinto é contorná-los, mas nem sempre é possível, a pandemia está aí de exemplo. Então, se não tem como remover os problemas, porque não desenvolver a antifragilidade e encará-los como oportunidades de crescimento? Isso faz sentido para você?

De acordo com Nassim Nicholas Taleb, criador do conceito e autor do livro "Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos", há muitas coisas que vieram do estresse, do chamado crescimento pós-traumático. Assim, se manter na sua zona de conforto e adiar uma crise não é positivo. É com a aleatoriedade, a desordem e o estresse que podemos aprender a nos reforçar e evoluir. No ambiente profissional, a antifragilidade ajuda a lidar com os riscos e incertezas, se tornando um grande diferencial ao criar consciência dos fatores externos e inesperados, favorecendo a naturalidade para resolvê-los e se desenvolvendo diante deles. Há algumas características comuns nas pessoas antifrágeis:

  • Otimismo: conseguem ver a oportunidade na dificuldade. São positivos e confiantes no futuro mesmo em um cenário desfavorável. Pensam que as coisas boas superam as ruins. São dotados de positividade alicerçada em fortes valores internos.

  • Praticidade: Não é porque conseguem ver a oportunidade que precisam ficar se delongando no problema. Quando constatam que algo não está bom, se livram rapidamente daquela situação.

  • Sabem jogar a seu favor: lutar em prol de si é uma característica fundamental para evoluir. Indivíduos que se priorizam, enfrentam o problema e carregam a boa sensação de ter feito o seu melhor.

  • Não são vitimistas: pessoas antifrágeis podem até ser vítimas (indivíduo cuja fraqueza foi explorada), contudo, jamais se tornam vitimistas (aquele que, por conveniência, estagna no sofrimento e na reclamação) para justificar sua infelicidade.

  • Aprendem com os erros: saber tirar proveito do aprendizado é essencial. Os antifrágeis certamente fazem do erro um aprendizado. Viram o jogo e são mestres em “transformar o limão em limonada”.

E como começar a ser antifrágil? Você deve estar se perguntando.

  • Analisar suas fraquezas é a melhor forma de começar, assim você pode reduzi-las ou até corrigi-las.

  • Não tenha medo de errar, principalmente erros menores, são eles que te ensinarão como fazer melhor da próxima vez.

  • Pior ainda, não deixe de agir por temer o que possa acontecer.

  • Acostume-se a dar e receber feedbaks, de maneira clara e honesta, eles também te ajudarão a crescer.

  • Estude sobre crises parecidas, vão te ajudar a lidar com as suas, mesmo que você não efetivamente as vivencie.

  • Desconfie quando tudo estiver caminhando bem demais, nada é perfeito e talvez haja um ponto cego por aí.

  • Não adie seus problemas, encare-os e retire todo o ensinamento que puder deles.

Por último, algumas reflexões que vão ajudar a perceber se você está adotando uma postura antifrágil na sua vida: Ao fazer seu planejamento, você procura considerar a existência de cenários inesperados ou apenas visualiza o mundo ideal? Você prefere os momentos de estabilidade ou de instabilidade? O caos te assusta ou te motiva? Você enxerga a crise como um problema ou uma oportunidade? Nos seus projetos, você precisa ter tudo sob controle ou sabe se virar diante do imprevisível?

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©2024 por Ser de Maestria. Produzido por Bárbara Barnabé.

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